Gira, gira, gira...
Como a nostalgia que entorpece e envenena, que cega e ensina.
Gira, gira, gira...
Como uma saia em uma dança,
que atrai e afasta, que dá gosto e dá desgraça.
Gira, gira, gira...
Como as voltas do nosso coração que sempre acerta errando,
que sempre bate quase parando, mas vive nos carregando.
Gira, gira, gira...
Como o Sol que nos ilumina, ou é a Terra que gira?
Ou nosso egoísmo faz o Sol girar, dentro de um mundo particular, sem cabimento e noção?
Gira, gira, gira...
Igual ao ponteiro do relógio, que nos aprisiona a cada segundo, fazendo se esquecer do mundo e nos liberta do inconveniente, mesmo sendo inconsciente.
Gira, gira, gira...
Como a maçaneta da porta,
Aquela que te tranca a vista, ou te protege da vida, a mesma vida que insiste em te levar.
Gira, gira, gira...
Como a cadeira que cá estou escrevendo e nem vou percebendo
que a Terra continua a girar.
Neuber Bezerra
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